“O estranho do ninho”
Hoje falamos tanto de preconceitos, falamos de acolher as diferenças dos outros, falamos em racismos, discriminações raciais, discriminações corporais, discriminações sexuais, e tantas outras discriminações. Falamos do tal bullying que está fervilhando em plena erupção soltando lavas destruidoras.
Falamos, falamos e falamos, mas quando acontece com a gente sentimos na pele o que é sofrer alguma discriminação, e se nos irritamos com a chacota do outro, somos “o estranho do ninho”, o estranho que não pode reagir ao ser apontado por sua diferença, somos o mal educado e o idiota que encara ou vai tirar satisfação.
Noto que muitas vezes os que têm mais pré-conceitos são as crianças e os adolescentes, que apontam sem dó nem piedade para o “defeito” alheio, e na maioria das vezes acompanhados por seus responsáveis que fingem não terem visto nada e ai ai ai do apontado se for encarar ou tentar dialogar, se isso acontece o responsável reage de imediato e diz que ele próprio cuida da educação do protegido e conclui que se trata apenas de uma criança ou de um inocente.
Quando será que os “estranhos do ninho” poderão circular sem serem apontados com chacota e comentários dolorosos que machucam no mais profundo?
Ser o “estranho do ninho” não é uma escolha, o “patinho feio” não pediu para ser diferente, ele é assim e só quer ser pato como os outros e viver sem ser magoado pela sua diferença.
Tryssia – 09 -02-2018